Toto Wolff revelou que a Mercedes solicitou a intervenção da polícia na sequência de um e-mail anónimo que acusava a equipa de sabotar o carro de Lewis Hamilton e afirmou que as pessoas que acreditam nesse tipo de teorias da conspiração precisam de “procurar um psiquiatra”.
Esta semana, diversos representantes e membros da comunicação social da Fórmula 1 receberam um e-mail anónimo de alguém que se fazia passar por um colaborador da Mercedes.
Nesse e-mail, a equipa era acusada de “jogar um jogo perigoso” e prejudicar deliberadamente o carro, a estratégia e a saúde mental de Hamilton.
A mensagem surge numa altura em que se multiplicam nas redes sociais as teorias da conspiração em torno da formação de Brackley, com muitos fãs a acusarem a equipa de favorecer Russell a partir do momento em que Hamilton anunciou a saída para a Ferrari.
“Não veio de um membro da equipa”, referiu Wolff sobre o e-mail. “Recebemos imensos e-mails destes. É perturbador, particularmente quando se fala de morte.”
“Neste caso em particular, dei instruções para atuar com toda a força e a polícia está a investigar. Estão a investigar o endereço IP e tudo isso, porque é preciso acabar com os abusos online.”
“As pessoas não se podem esconder atrás dos seus telemóveis ou computadores e abusar de equipas ou pilotos desta forma. Não sei o que pensam alguns dos teóricos da conspiração e lunáticos que andam por aí.”
“O Lewis fez parte da equipa durante 12 anos. Temos uma amizade, confiamos um no outro. Queremos ganhar. Queremos terminar em alta e celebrar a relação.”
“Se não acreditam em tudo isto, então podem acreditar que queremos ganhar o campeonato de construtores e parte disso é fazer com que os dois carros ganhem. Para todas essas pessoas loucas que andam aí: ‘Procurem um psiquiatra’.”
Wolff garantiu que o anúncio da saída de Hamilton para a Ferrari não teve qualquer impacto na relação entre a equipa e o britânico.
“É um privilégio trabalhar com o Lewis, um piloto incrível e uma grande personalidade que, como qualquer outro desportista, passa por altos e baixos”, acrescentou. “Respeito totalmente as razões que o levaram a ir para a Ferrari.”
“Não há rancor, não há ressentimentos, a interação que temos na equipa é positiva. Todos os comentários do exterior sobre o que se passa na equipa são simplesmente errados.”
“Haverá sempre pessoas com o portátil ao peito, no quarto, a escrever. Se as pessoas quiserem abusar, atacar e esconder-se atrás de uma conta inventada no Instagram… Apareçam, digam quem são, e nós aceitamos as críticas e discutimos. Mas não se escondam.”
“Mas há sempre um limite. Se estão a ser enviados e-mails ou utilizados números de telemóvel para essas mensagens, então, para mim, a brincadeira acaba e vamos atrás disso, quer sejamos bem sucedidos ou não.”
“Há limites para certas coisas e, obviamente, o abuso online não acontece apenas connosco, acontece também ao Lewis e ao George. Vimos o Max e a Kelly [Piquet] falarem sobre isso. As pessoas que abusam são cobardes porque se escondem.”
“Seja o que for que se esteja a passar, com as redes sociais, com todas as coisas boas que proporcionam e com todas as pessoas a quem é dada uma plataforma, são apenas os aspetos negativos que vêm com elas. Não tenho sentimentos por alguém que abusa”.