Frédéric Vasseur e James Vowles manifestaram-se contra a entrada da Andretti na Fórmula 1. Enquanto o diretor de equipa da Ferrari questionou o valor que a equipa traria ao campeonato, o líder da Williams alertou para o facto de os construtores atuais ainda não estarem financeiramente estáveis.
A candidatura da equipa de Michael Andretti à grelha da Fórmula 1 foi recentemente aprovada pela Federação Internacional do Automóvel, mas necessita ainda de um veredito positivo da Formula One Management.
Esta sexta-feira, os diretores de equipa da Fórmula 1 voltaram a mostrar-se insatisfeitos com uma eventual expansão da grelha, sobretudo pelos riscos financeiros inerentes.
“Não é segredo que não sou um grande fã”, disse Vasseur. “Quando abrimos a porta a uma 11ª equipa no Pacto da Concórdia da última vez, foi por uma boa razão, porque nessa altura a Honda já tinha dito que ia deixar a Fórmula 1 e a Renault estava no limite.”
“Isso significava que só tínhamos a Mercedes e a Ferrari confirmadas para o futuro. E abrimos a porta a uma 11ª equipa no caso de conseguirem trazer algo substancial para a Fórmula 1 – e penso que nesta fase isso era principalmente o motor.”
“Todas as equipas da grelha fizeram um grande esforço. Temos de ter em mente que há três ou quatro anos tínhamos quase metade da grelha muito perto da falência.”
“Eu não tive acesso ao CEO da Andretti, mas penso que a primeira questão é: qual é o valor acrescentado para a Fórmula 1? Já temos uma décima equipa que é americana, a Haas. Temos um piloto americano na grelha. E a questão para mim é esta: Qual poderá ser o valor acrescentado?”
Vowles explicou as razões pelas quais a Williams é “fortemente contra” a entrada da Andretti no campeonato.
“A Williams é contra a adição de uma 11ª equipa”, afirmou. “E muito fortemente contra.”
“Estamos a perder. Estamos incrivelmente a perder. As nossas contas foram apresentadas, podem vê-las. Perdemos 20 milhões no ano passado. Só o vão ver daqui a um ano, mas em 2023 vão ver que esse número vai aumentar em múltiplos.”
“E eis a razão: estamos a investir no desporto porque acreditamos no desporto. Penso que, pela primeira vez em muito, muito tempo, o desporto está mais unido. Temos equipas que lutam entre si. A Williams faz parte, não lhe vou chamar segundo pelotão – ainda não somos assim tão bons – mas estamos a lutar por algo. Queremos continuar esse caminho.”
“Mas não se esqueçam que cerca de metade da grelha ainda tem perdas. Isso significa que alguém, algures – um investidor, os proprietários, o que quer que seja – está a investir dezenas de milhões ou, no nosso caso, vai aumentar para múltiplos acima disso.”
“O que dissemos no início foi: adicionem uma 11ª equipa, mas vamos fazer crescer o fundo para que faça sentido do ponto de vista financeiro. Não vamos encolher o pote, que é o que isto vai fazer de forma significativa.”