A Ferrari revelou que Charles Leclerc admitiu ter errado ao criticar a estratégia da equipa na sessão de qualificação para o Grande Prémio do Canadá.
O piloto monegasco mostrou-se frustrado com a estratégia seguida pela sua equipa após ter sido eliminado na segunda fase da sessão de qualificação em Montreal.
Leclerc entrou em pista com o composto intermédio e requisitou uma troca para slicks quando se apercebeu de que o asfalto do traçado canadiano se encontrava maioritariamente seco.
No entanto, Leclerc recebeu instruções da equipa para completar uma volta rápida com os pneus intermédios antes de regressar à via das boxes.
Quando entrou em pista com o composto macio, o regresso da chuva impediu-o de melhorar o tempo que tinha estabelecido com os intermédios.
Apesar das críticas de Leclerc à atuação da sua equipa, Vasseur assegura que o seu piloto entende agora que não foi a decisão do muro das boxes a motivar o dececionante resultado.
Em declarações à imprensa alguns dias após a corrida, Vasseur afirmou: “Tivemos uma boa discussão e ele disse ‘Tudo bem, eu estava errado. Peço desculpa.’.”
“Sabem que eu estou sempre a tentar proteger os meus pilotos. Consigo entender perfeitamente quando eles saem do carro após um mau resultado e respondem ‘não’ à pergunta ‘Ficaste satisfeito com a estratégia?’. Nunca irão ver um piloto a dizer ‘Correu mal, mas foi super’.”
“O mais importante é que às vezes é melhor falar com a equipa antes. Foi o que fizemos. Foi construtivo e direto.”
Vasseur garantiu que a análise levada a cabo pela Ferrari mostrou que a decisão do pneu a utilizar não foi fundamental para o desfecho da qualificação de Leclerc.
“Tivemos a mesma estratégia do que 90% dos carros, portanto foi mais o facto de o Charles estar um pouco chateado com o carro.”
O líder da Scuderia considera que qualquer decisão estratégica deve resultar de uma partilha de informações entre o piloto e o muro das boxes.
“Penso que é bastante normal que às vezes os pilotos tenham uma sensação diferente das pessoas que estão no muro das boxes”, acrescentou Vasseur.
“Por um lado, tens de confiar no feeling dos pilotos, mas por outro, nós temos o quadro geral do que os outros estão a fazer.”
“Tem de haver uma decisão comum. Às vezes estás certo e às vezes estás errado, mas não há uma forma óbvia de solucioná-lo. E não podem ser apenas os pilotos a tomar a decisão, porque eles não vêem que um carro está parado noutro ponto da pista ou algo como isso. Por isso, tem de ser uma decisão comum.”
“Nem sempre é fácil, às vezes é também uma questão de sorte. Penso que a estratégia era provavelmente suficiente para passarmos ao Q3, porque era a estratégia de 90% das equipas.”