Mattia Binotto, diretor de equipa da Ferrari, admite que a prestação abaixo do esperado nos testes de pré-temporada levou a que a Scuderia optasse por levar a cabo uma “significativa mudança de direção em termos de desenvolvimento”, razão pela qual não introduzirá evoluções no SF1000 para o Grande Prémio da Áustria.
Correndo em Spielberg com o mesmo carro que estaria em pista no Grande Prémio da Austrália, a equipa de Charles Leclerc e Sebastian Vettel alterou os seus planos para a temporada de 2020, desassociando-se do conceito original do seu monolugar e trabalhando em evoluções que só estarão disponíveis a partir do terceiro Grande Prémio.
“Este fim de semana, o carro correrá na mesma configuração utilizada no final dos testes de Barcelona”, afirmou Binotto. “A verdade é que o resultado dos testes nos levou a adotar uma significativa mudança de direção em termos de desenvolvimento, especialmente na área da aerodinâmica.”
“Primeiro, tínhamos que perceber a razão pela qual não vimos os resultados esperados e como recalibrar todo o programa em função disso. Teria sido totalmente contraproducente continuar na direção pleneada, sabendo que não teríamos atingido os nossos objetivos.”
“Por isso, decidimos criar um novo programa que olhasse para todo o carro, sabendo que nem tudo estaria pronto para a primeira corrida.”
Apesar de sublinhar que a Ferrari não tem o pacote mais competitivo da grelha de 2020 da Fórmula 1, Binotto acredita que a verdadeira competitividade do SF1000 de 2020 só poderá ser avaliada no Grande Prémio da Hungria.
“O nosso objetivo é introduzir as evoluções na terceira corrida, no Hungaroring”, acrescentou. “Para além disso, nas últimas semanas trabalhamos muito na análise do comportamento do carro, com trabalho no simulador e com a ajuda dos nossos pilotos.”
“Sabemos que, neste momento, não temos o pacote mais rápido. Sabíamos disso antes de ir para Melbourne e isso não mudou. Dito isto, o circuito de Spielberg tem características diferentes face ao de Barcelona e as temperaturas estarão bem acima das de Fevereiro.”
“Na Áustria, devemos tentar aproveitar ao máximo todas as oportunidades, e na Hungria, com a nova etapa de desenvolvimento em que estamos a trabalhar, poderemos ver onde realmente estamos em comparação com os outros, sem deixar de levar em consideração as evoluções que os nossos próprios adversários trarão.”