Carlos Sainz, bicampeão do mundo de ralis e três vezes vencedor do Dakar, comemora hoje o seu 58º aniversário. Num texto publicado hoje pela Fórmula 1, o seu filho, piloto da McLaren, admite ter ficado “chocado” quando percebeu a dimensão do legado que o seu pai deixou no desporto motorizado – e diz que a determinação de ‘El Matador’ significa uma “enorme inspiração” para a sua própria carreira.
O piloto espanhol, campeão do mundo em 1990 e 1992, alcançou 26 vitórias e 97 pódios ao longo da sua carreira nos ralis – mas o seu palmarés continuou a crescer e em 2020 fez história ao vencer o Dakar pela terceira vez – e com a terceira marca diferente.
“Era 2004 e as ruas no centro de Madrid estavam fechadas”, começou por dizer Sainz. “‘Alguém’ estava a fazer piões por tudo o lado com um Citroën Xsara WRC rodeado por milhares de espetadores.”
“Foi uma homenagem ao meu pai e à sua incrível carreira nos ralis – e o adeus perfeito ao WRC diante da multidão da nossa cidade natal. Este foi o dia em que percebi o quão bem sucedido o meu pai tinha sido ao volante de um carro de ralis.”
“Eu sabia que o meu pai era um piloto muito bom e que tinha várias vitórias, mas quando ele regressava de um rali, falávamos sobre a escola, o futebol ou outros desportos. Por isso, quando fomos em família para Madrid naquele dia e ouvi tantas pessoas a gritar o nome dele, fiquei chocado. Só quando ele se retirou, com dois títulos de campeão do mundo de ralis e 26 vitórias, é que conheci verdadeiramente o meu pai.”
“Mas para além das suas capacidades de condução, uma das coisas que mais admiro no meu pai é a ética no trabalho e a determinação. Quando ele define um objetivo, ele é a pessoa mais persistente que já vi na minha vida e a paixão pelas corridas é contagiosa.”
Embora os seus compromissos com a McLaren na Fórmula 1 o tenham impedido de se deslocar à Arábia Saudita para apoiar o seu pai na edição de 2020 do Rally Dakar, Sainz acompanhou a prova “ao segundo” e realçou a importância do triunfo alcançado com o Mini JCW Buggy da X-Raid.
“Prova do que estou a dizer é a terceira vitória que alcançou no Rally Dakar este ano”, acrescentou. “Simplesmente incrível.”
“Não viajei com ele porque estava a preparar-me para os testes de inverno, mas segui todos os segundos online. Mas não é uma prova fácil de seguir pelo sofá, porque é preciso esperar até que os carros cheguem a cada waypoint e existem muito poucas imagens em direto. Fico muito nervoso a vê-lo. Ainda mais nervoso do que fico comigo!”
“Falávamos todas as noites. Eram conversas profundas sobre o Dakar, onde discutíamos estratégia e analisávamos os tempos. Ele liderou a corrida deste ano durante muito tempo. Isso são boas e más notícias, porque vencer uma etapa significa abrir a etapa do dia seguinte, o que nem sempre é ideal.”
“Como família, estamos extremamente orgulhosos dele, porque sabemos o esforço que ele dedicou na preparação para o Dakar. Ele passa horas intermináveis no ginásio e tem uma dieta muito rigorosa.”
“Como atleta de 25 anos, ver o meu pai competir ao mais alto nível aos 57 e vencer é uma enorme inspiração para mim. Ele faz isso porque gosta. É a paixão dele.”
“Ele é o meu herói e tenho muita sorte por poder chamá-lo de meu pai. Feliz aniversário Matador!”
O texto completo de Carlos Sainz está disponível no artigo hoje publicado pela Fórmula 1.