Laurent Rossi, diretor executivo da Alpine, descreveu o início de temporada da equipa como “inaceitável” e avisou que não hesitará em tomar medidas caso a forma do construtor de Enstone não melhore rapidamente.
Depois de ter recuperado o quarto lugar no campeonato de construtores na temporada passada, a equipa esperava consolidar essa posição e aproximar-se da dianteira do pelotão em 2023.
No entanto, ao cabo de cinco corridas, a Alpine encontra-se apenas em sexto na tabela dos construtores, tendo sido ultrapassada pela McLaren e pela Aston Martin.
“É uma desilusão, é mesmo mau”, disse Rossi antes da sessão de qualificação em Miami. “É óbvio que a nossa posição na classificação não é digna dos recursos que gastamos. Estamos muito, muito longe do nosso objetivo.”
“Constato não só uma evidente falta de desempenho e de rigor na execução, mas também, potencialmente, um estado de espírito que não está à altura dos padrões anteriores desta equipa.”
“Começamos a temporada atrás dos objetivos de desenvolvimento. Estávamos com falta de desempenho em comparação com onde queríamos estar. Cometemos muitos erros.”
“É um ano difícil que se avizinha. A temporada ainda está a começar. Não quero desistir, mas há algumas coisas que têm de mudar. Temos de continuar a reforçar a equipa para recuperar o desempenho.”
“Uma das coisas que tem de mudar, uma vez que a equipa é praticamente a mesma do ano passado, é a mentalidade. É algo que tem de mudar para as pessoas que estão na equipa e para as que vamos contratar.”
Rossi referiu ter ficado particularmente desagradado com o desempenho da sua equipa no primeiro Grande Prémio da temporada e no fim de semana de Baku.
“Não gostei nada do primeiro Grande Prémio, porque houve muito amadorismo, o que levou a um resultado que não foi correto”, acrescentou. “Foi medíocre, mau.”
“E a última corrida em Baku foi tremendamente parecida com a do Bahrain. Isso não é aceitável.”
Quando lhe perguntaram se considerava Otmar Szafnauer, diretor de equipa, o principal responsável pelo desempenho aquém das expectativas no arranque da temporada, Rossi respondeu: “Ele é o responsável pelo desempenho da equipa. É esse o seu trabalho.”
“Não há que esconder nada. O Otmar foi contratado para dirigir a equipa, durante esta temporada e as próximas, em direção ao objetivo que temos, que é progredir constantemente, como fizemos nos dois primeiros anos, e chegar aos pódios.”
“A equipa teve um desempenho razoavelmente bom no ano passado, conseguiu a quarta posição, que foi a melhoria mais significativa que tivemos em muito tempo. Isso foi muito promissor. São mais ou menos as mesmas pessoas, portanto não aceito que não sejamos capazes de manter isso. Sim, é o Otmar e o resto da equipa, porque o Otmar sozinho não faz tudo. Mas a responsabilidade é do Otmar, sim.”
Rossi rejeitou alterar os objetivos da equipa para a temporada apesar da classificação atual no campeonato de construtores.
“É demasiado cedo para o fazer, não quero dar às pessoas esse conforto”, referiu. “Não entro numa competição e baixo o meu objetivo porque é mais fácil.”
“A equipa conseguiu o quarto lugar. A equipa tem condições para ficar em quarto lugar, mais do que os outros. Quero que fiquem em quarto. Se não ficarem, será um fracasso.”
“Se falharem, mas derem 500% de si e conseguirem dar a volta a este barco, haverá circunstâncias atenuantes e será um bom presságio para o futuro. Se não, é a regra do negócio, haverá consequências. E não vou esperar até ao final do ano. A trajetória não é boa. Temos de corrigir a mentalidade da equipa o mais rapidamente possível.”