Stefano Domenicali, diretor executivo da Fórmula 1, considera que o desporto não precisa de mais do que as 10 equipas atuais para ser bem sucedido.
A Federação Internacional do Automóvel encerrou recentemente o processo que lançou para que potenciais novas equipas se candidatassem a um lugar na grelha da Fórmula 1 em 2025.
O órgão dirigente do desporto encontra-se agora a analisar as candidaturas recebidas e chegará a um veredito sobre a viabilidade das mesmas até ao final do mês.
Questionado sobre se existia um número certo de equipas para o pelotão da Fórmula 1, Domenicali respondeu: “É uma questão muito interessante, porque há diferentes posições e há também implicações legais no que temos a dizer.”
“Se a competição está a crescer, que é o que está a acontecer, penso que 10 equipas são mais do que suficientes para criar o espetáculo e a atenção que queremos ver em pista.”
“Está a decorrer uma avaliação com a FIA para tomarmos a decisão certa para o futuro. Isto é algo que também está relacionado com a discussão futura que vai acontecer sobre a renovação do Pacto da Concórdia, que expira em 2025.”
“No passado, havia equipas que entravam e saíam com valor zero. Agora as equipas são estáveis, muito rentáveis e muito fortes em termos de capacidade técnica. Por conseguinte, a resposta correta é que, nos próximos meses, este será um ponto de discussão muito importante que teremos de abordar.”
Quando lhe perguntaram se queria ver mais de 20 carros em pista, Domenicali afirmou: “Não, acho que não. É uma opinião pessoal, tenho de o dizer. Se tivermos um bom espetáculo, 20 carros são mais do que suficientes.”
“Se tivermos dois carros ou dois pilotos a lutar, o nível de atenção é mega. Se tivermos duas equipas a lutar, isso significa quatro carros, o que é simplesmente incrível. Imaginem 20 carros e 10 equipas a um nível competitivo em pista? Seria impressionante.”
“Vamos esperar para ver. O meu ‘não’ não é contra alguém que queira entrar, tenho de esclarecer isso, porque senão parece que quero ser protecionista. Não é esse o caso. Quero ver o projeto certo e também preciso de respeitar aqueles que investiram na Fórmula 1 no último período, porque nos esquecemos rapidamente disso.”
“Agora toda a gente quer saltar para uma carruagem que está muito rápida. Mas precisamos de ser prudentes, precisamos de tomar a decisão certa, é isso que estou a dizer.”
O atual Pacto da Concórdia estabelece que qualquer equipa que pretenda ingressar no campeonato está obrigada a pagar uma taxa de 200 milhões de dólares aos restantes construtores como forma de compensação pela diluição dos prémios monetários.
No entanto, Domenicali acredita que o valor das equipas de Fórmula 1 aumentou desde a celebração do Pacto da Concórdia, referindo que as ofertas de compra se estão a aproximar dos mil milhões de dólares.
“Falando sobre o valor de uma equipa, há dois anos, quando o novo Pacto da Concórdia foi assinado, quando se falou sobre o valor de uma equipa que entre na Fórmula 1, foi colocado um número que era de 200 milhões”, acrescentou.
“Isso parecia inalcançável, porque houve equipas no passado que foram vendidas por uma libra. Agora, o mercado está a oferecer quase mil milhões de dólares às equipas e elas recusam.”
“Isto dá-nos a perspetiva do que estamos a construir enquanto ecossistema. Estamos a criar uma estrutura importante, uma dinâmica importante. Quanto mais todos crescerem, melhor e mais forte será a plataforma comercial em que todos trabalhamos.”