Para poder demonstrar que o seu sucesso não se deve apenas à competitividade do seu Mercedes, Lewis Hamilton espera que as condições desafiantes que marcaram o Grande Prémio da Turquia se repitam noutros fins de semana.
Num fim de semana marcado pelo pobre nível de aderência do asfalto de Istambul, o piloto britânico não foi além do sexto posto na sessão de qualificação mas acabou por vencer a corrida com mais de 30 segundos de vantagem sobre o segundo classificado, alcançando dessa forma o seu sétimo título na Fórmula 1.
“Quero mais fins de semana destes”, disse Hamilton. “Mais condições complicadas como estas.”
“Quanto mais oportunidades como esta, mais posso mostrar o que sou capaz de fazer. Acho que mereço o meu respeito. Penso que tenho isso com os meus colegas, eles vão saber o quão difícil foi hoje, e particularmente que não se trata do carro.”
“Não teria conseguido fazer isto sem aquele incrível grupo de pessoas atrás de mim. Mas há outro grande piloto que está ao meu lado, com o mesmo carro, e obviamente não terminou onde eu terminei.”
O heptacampeão do mundo referiu ainda que, ao contrário de outros ex-pilotos, não menosprezará o talento dos mais novos, utilizando um exemplo da sua própria carreira para provar que nem só do equipamento depende o sucesso.
“Noto que existem esses comentários interessantes de pilotos do passado, particularmente”, acrescentou. “Eu prometo-vos mesmo, e espero manter a minha palavra, que quando parar daqui a dez, 20 anos e olhar para atrás, quero estar a encorajar os próximos jovens que aqui estão, seja o Lando, o George, o Max ou outro qualquer.”
“Eu sei como é difícil fazer o trabalho e sei como este mundo funciona. Claro que tens de ter uma boa equipa e um bom carro. Nenhum piloto ganhou um campeonato no passado sem isso. É algo que remonta ao karting.”
“Lembro-me que no meu primeiro campeonato, corri contra um miúdo que ganhava com motores que pareciam foguetes, afinados pelo pai do Jenson Button. Eram mesmo foguetes.”
“Comparado com o motor mau e barato que eu tinha, em quinta mão, não havia como acompanhar aqueles miúdos.”
“Lembro-me que um fim de semana ele estava a vender esses motores porque ia passar para a categoria seguinte. O meu pai teve que hipotecar a casa para conseguir este motor de duas mil libras. Mas o que fizemos nesse dia, eu e o outro miúdo, foi colocar o outro motor dele no meu kart e eu estive sempre à frente dele em pista.”
“Portanto, é claro que precisas de ter o equipamento, isso é algo que estará sempre no desporto. Mas também é o que fazes com ele que realmente importa. E espero que tenham podido ver isso nesta corrida.”