Carlos Sainz considera que o trabalho que o português Rui Marques está a desenvolver como diretor de corrida é a prova de que a estabilidade é benéfica para a Fórmula 1. De acordo com o espanhol, o desporto deve abolir o sistema de rotatividade entre os comissários desportivos para travar a inconsistência nas decisões.
O piloto da Williams voltou a abordar o tópico da falta de consistência nas decisões dos comissários desportivos após a sua penalização no Grande Prémio dos Países Baixos ter sido revertida pela FIA.
“É um avanço porque é a primeira vez que consigo apresentar novas evidências e aceder a uma audiência”, disse Sainz sobre o caso. “Tentámos antes e nunca tínhamos conseguido, por isso mostra que o mecanismo existe por uma razão e estou satisfeito por podermos usar esse mecanismo numa situação que é clara.”
O orgão governativo do desporto dispõe atualmente de cerca de 20 comissários desportivos que podem ser chamados para um fim de semana de Grande Prémio.
Sainz acredita que pelo menos “dois ou três” dos quatro comissários desportivos presentes em cada Grande Prémio deveriam estar de forma permanente nessas posições – e não entende a justificação de que seriam necessários salários mais elevados para convencer esses membros a viajar com a comitiva da Fórmula 1 durante 24 Grandes Prémios por ano.
“Se todos concordarmos que este deve ser o caminho a seguir, em que pelo menos dois dos três comissários desportivos são permanentes e temos um rotativo para fins didácticos e de equidade desportiva, penso que não devemos preocupar-nos com quem paga, porque há dinheiro suficiente neste desporto para pagar esses salários, da mesma forma que há dinheiro suficiente neste desporto para pagar os salários de todas as outras pessoas”, acrescentou.
“Se esse for o caminho certo, é inacreditável que estejamos a falar desses salários.”
Sainz utilizou o português Rui Marques como um bom exemplo de estabilidade no seio do desporto.
“Eu tenho uma opinião muito clara sobre isso”, afirmou Sainz ainda sobre os comissários desportivos permanentes.
“Estou a gostar muito deste novo diretor de corrida, da abordagem que ele tem e estamos a começar a compreender o tipo de decisões que ele vai tomar e a relação está a crescer graças ao facto de estarmos a trabalhar com ele há um ano.”
“Penso que ele estará no desporto durante bastante tempo e que não vamos mudar de diretor de corrida todas as corridas. Temos um diretor de corrida fixo e vejo os benefícios que isso traz para o desporto, para o desenvolvimento com os pilotos e para o desenvolvimento da relação.”