Toto Wolff revelou que tomou conhecimento da ida de Lewis Hamilton para a Ferrari apenas dois dias antes do anúncio oficial. O austríaco referiu ter ficado surpreendido com o timing da notícia, mas não com a decisão do heptacampeão do mundo.
Esta sexta-feira, o diretor de equipa da Mercedes falou pela primeira vez à imprensa sobre a bombástica e inesperada saída de Hamilton para a Ferrari no final de 2024.
Wolff afirmou que a sua equipa estava ciente de que poderia perder Hamilton desde o momento em que ambas as partes assinaram um acordo de curto prazo em 2023.
“Encontrámo-nos para um café na minha casa em Oxford e ele disse-me que tinha decidido correr pela Ferrari em 2025”, disse Wolff. “Foi na quarta-feira de manhã.”
“Quando assinámos o contrato com o Lewis, optámos pelo curto prazo. Portanto, o acontecimento em si não é uma surpresa. Talvez o timing.”
“A forma como ele me explicou é totalmente compreensível. Ele disse que precisava de um novo desafio, que estava à procura de um ambiente diferente e que esta era talvez a última oportunidade para fazer outra coisa.”
“Somos crescidos e sabíamos que o contrato de curto prazo podia beneficiar ambos os lados. Não pudemos comprometer-nos com um prazo mais longo e ele ativou a opção de sair.”
“Respeitamos totalmente que possas mudar de ideias. Ir para a Ferrari e arriscar um pouco talvez para o último contrato da tua carreira… Eu consigo perceber essa decisão.”
“Estávamos cientes de que podia acontecer quando assinámos o contrato. Talvez o timing tenha sido uma surpresa. Mas já me deparei com muitas surpresas. Penso que a Fórmula 1 se baseia em agilidade e na capacidade de enfrentar as alterações nas circunstâncias.”
Wolff revelou que Pete Bonnington, engenheiro de corrida de Hamilton, também ficou surpreendido com a decisão do britânico.
“Quando eu lhe disse, ele respondeu-me: ‘É dia 1 de Abril?’.”
Nesta altura, ainda não foi decidido se Bonnington permanecerá na Mercedes ou acompanhará Hamilton na Ferrari.
Questionado sobre a sua própria reação à decisão de Hamilton, Wolff respondeu: “Quando ele me contou, o meu pensamento seguinte foi pragmático: ‘O que é que isto significa? Quando é que vamos comunicar isto? Quais são os pontos de pressão? Como é que vamos gerir a época daqui para a frente e o que é que vamos fazer em termos de alinhamento de pilotos?'”
“Depois de ter dormido um par de noites sobre o assunto, significa que a nossa jornada profissional chega ao fim, mas não significa que a nossa relação pessoal termine. Encontrei um amigo, construímos uma relação ao longo dos últimos 10 anos e ele enfrentou uma situação muito, muito difícil, ao tomar uma decisão sobre onde pilotar, talvez pela primeira vez desde há 10 anos, sem poder debater comigo.”
“Por isso, respeitarei sempre a dificuldade da situação que ele enfrentou e, no futuro, discutiremos se isto poderia ter sido feito de uma forma diferente ou não. Mas não guardo rancor.”