Fernando Alonso incorreu numa penalização de 20 segundos por ter contribuído para que George Russell saísse de pista na última volta do Grande Prémio da Austrália.
O piloto britânico tentava tirar partido dos pneus em melhor estado no seu Mercedes para roubar a sexta posição ao seu rival da Aston Martin na fase final da corrida de Melbourne.
No entanto, na Curva 6 do traçado de Albert Park, Russell perdeu o controlo do seu monolugar e embateu de forma violenta nas barreiras.
De acordo com os comissários desportivos, a condução “perigosa” – mas não necessariamente intencional – de Alonso contribuiu para o acidente de Russell.
Com a penalização de 20 segundos, o bicampeão do mundo caiu da sexta para a oitava posição – enquanto Lance Stroll e Yuki Tsunoda foram promovidos a sexto e sétimo, respetivamente.
“Alonso explicou aos comissários desportivos que tencionava abordar a Curva 6 de forma diferente, abrandando mais cedo e com menos velocidade na curva, para conseguir uma melhor saída”, lê-se no relatório dos comissários desportivos.
“Russell explicou aos comissários que, do seu ponto de vista, a manobra de Alonso foi errática, apanhou-o de surpresa e fez com que ele se aproximasse muito rapidamente. Com a consequente perda de downforce no apex da curva, perdeu o controlo e bateu à saída da curva. Não houve qualquer contacto entre os carros.”
“A telemetria mostra que Alonso abrandou um pouco mais de 100 metros mais cedo do que alguma vez tinha abrandado para entrar nessa curva durante a corrida. Alonso também travou muito ligeiramente num ponto em que não costumava travar (embora a quantidade de travagem fosse tão pequena que não foi a principal razão para o carro abrandar) e reduziu uma mudança num ponto em que nunca costumava reduzir. Depois, voltou a subir de mudança e acelerou até à curva, antes de voltar a abrandar para fazer a curva.”
“Alonso explicou que, embora o seu plano fosse abrandar mais cedo, enganou-se um pouco e teve de tomar medidas adicionais para recuperar a velocidade. No entanto, esta manobra criou uma velocidade de aproximação considerável e invulgar entre os carros.”
“Ao analisar o caso, os comissários desportivos concentraram-se apenas na redação do regulamento, que diz ‘Em nenhum momento um carro pode ser conduzido desnecessariamente devagar, de forma errática ou de uma maneira que possa ser considerada potencialmente perigosa para outros condutores ou qualquer outra pessoa’.”
“Especificamente, neste caso, os comissários desportivos não consideraram as consequências do acidente. Para além disso, os comissários consideraram que não dispunham de informações suficientes para determinar se a manobra de Alonso tinha a intenção de causar problemas a Russell ou se, como ele declarou aos comissários, estava simplesmente a tentar obter uma saída melhor.”
“Alonso deveria ter o direito de tentar uma abordagem diferente à curva? Sim. Deveria Alonso ser responsável pelo ar sujo que acabou por causar o incidente? Não.”