Zak Brown, diretor executivo da McLaren, revelou que as provas sprint planeadas para a temporada de 2022 correm o risco de não se realizar devido à discórdia em torno das questões financeiras.
Depois de ter introduzido as corridas de trinta minutos em três Grandes Prémios na temporada passada, a Fórmula 1 planeava expandir o formato para seis eventos em 2022.
No entanto, divergências no que ao valor do pacote de financiamento para as corridas diz respeito estarão a impedir que a medida seja aprovada.
Enquanto a Fórmula 1 pretende distribuir 500 mil dólares por equipa para as primeiras cinco corridas e 150 mil dólares adicionais por cada evento acima disso (2,65 milhões no total), uma das equipas estará a exigir que o teto orçamental seja aumentado em cinco milhões de dólares.
Diversas equipas acreditam que na origem do pedido para aumentar o teto orçamental está a intenção de utilizar esse valor para tornar os carros mais rápidos – e não para cobrir os gastos das corridas sprint.
Questionado sobre como a Fórmula 1 pode sair do impasse em relação às corridas sprint, Brown respondeu: “Poderemos não conseguir, o que seria lamentável.”
“Todos temos o mesmo desafio. Se por acaso tiveres mais incidentes, esse é um problema que todos temos. E para mim isso faz parte do desporto. Trata-se de lidar com os desafios e não simplesmente de resolvê-los retirando o livro de cheques.”
“Uma equipa em particular queria um aumento de cinco milhões de dólares no teto orçamental, o que era simplesmente ridículo. Não há factos racionais que sustentem isso.”
“Depois, quando contestas esses factos, eles respondem: ‘mas é preciso antecipar as coisas apenas por precaução’. Por isso, ficas simplesmente ali sentado a pensar: ‘Isto não faz sentido nenhum’.”
Os regulamentos da Fórmula 1 estipulam que uma alteração nas regras para o campeonato deste ano só pode ser implementada com a aprovação de oito das dez equipas.
Brown sugere, por isso, que a Fórmula 1 direcione o seu foco para a votação referente à temporada de 2023, onde apenas seis equipas têm de estar em sintonia.
“Penso que devíamos avançar e fechar já 2023, sem qualquer aumento do teto orçamental, se quisermos ser duros com isso”, acrescentou.
“E depois talvez possamos chegar a um compromisso e aumentar um pouco o teto orçamental para começarmos em 2022. Ou então saltamos 2022, e depois penso que algumas destas equipas deveriam ter de explicar aos fãs porque é que não há corridas sprint.”