Pietro Fittipaldi estrear-se-á este fim de semana na Fórmula 1 ao substituir um lesionado Romain Grosjean no Grande Prémio de Sakhir. Numa das corridas mais importantes do seu percurso até à tão desejada superlicença, o piloto da Haas acabou em segundo e atrás… de um português.
Para que esteja apto a participar num Grande Prémio de Fórmula 1, um piloto precisa de ter 40 pontos na superlicença, pontos esses que são acumulados através dos resultados obtidos noutros campeonatos – a Fórmula 2 é, naturalmente, a competição que dá mais pontos (40), mas campeonatos regionais como o DTM e a Super Formula também entram nessas contas.
No caso de Fittipaldi, o piloto de 24 anos soma 41 pontos, mais um do que o número exigido pela FIA, tendo conquistado 35 desses pontos ao sagrar-se de uma competição que já não existe – a World Series Formula V8 3.5.
Em 2017, esse campeonato, que nos anos anteriores se designava por Fórmula Renault 3.5, foi ganho por Fittipaldi, mas o facto de apenas cerca de uma dezena de pilotos ter marcado presença de forma regular ao longo da temporada fez com que o título do brasileiro não lhe abrisse as portas da Fórmula 1.
Na verdade, um dos poucos pilotos que superou Fittipaldi ao longo do ano foi… Henrique Chaves. O piloto português participou na última ronda do campeonato, curiosamente disputada no Bahrain, e venceu logo na primeira corrida do fim de semana, partilhando o pódio com Fittipaldi e Roy Nissany, atual piloto de testes da Williams.

E foi precisamente nessa corrida que Fittipaldi se sagrou campeão de uma categoria que acabaria por não se disputar em 2018 por falta de inscritos.
Os outros seis pontos da superlicença de Fittipaldi foram amealhados no passado inverno, no campeonato asiático de Fórmula 3, levado a cabo entre Dezembro de 2019 e Fevereiro de 2020.
Terminando em quinto e atrás de nomes como Jack Doohan, Nikita Mazepin e Jamie Chadwick, Fittipaldi conseguiu os pontos de que precisava e manteve-se, assim, na função de piloto de reserva da Haas em 2020.
Entre o título na World Series Formula V8 e a participação no campeonato asiático de Fórmula 3, Fittipaldi passou por diversos campeonatos: IndyCar Series (seis corridas e um nono lugar como melhor resultado), Super Formula (uma corrida, terminada em 16º), WEC (onde não chegou a arrancar para a corrida após um grave acidente com um LMP1 da DragonSpeed em Spa) e DTM (15º no campeonato e um quinto lugar como melhor resultado).