Stefano Domenicali afirmou estar convicto de que 24 é o número ideal de corridas para uma temporada de Fórmula 1 e rejeitou as sugestões de que o desporto não respeita os traçados mais icónicos da sua história.
Em entrevista ao podcast Beyond the Grid da Fórmula 1, o diretor executivo do campeonato revelou que o calendário da próxima temporada deverá voltar a ser composto por 24 Grandes Prémios, número que considera representar “o equilíbrio certo”.
“O número que tínhamos como objetivo para este ano e que queremos ter para o próximo ano é 24”, disse Domenicali. “Penso que 24 é o número correto.”
“É o número que é exigido pelo mercado. É, eu diria, o equilíbrio certo entre isso e a complexidade da logística e das pessoas que estão a trabalhar. Penso que este é o número que devemos ter como objetivo para nos mantermos estáveis durante muito tempo.”
Embora a adição de Grandes Prémios em mercados como o continente norte-americano e o Médio Oriente tenham gerado preocupação em relação ao futuro das corridas mais históricas do calendário, Domenicali assegurou que a Fórmula 1 não está a passar esses eventos para segundo plano.
“É certamente muito importante que as corridas históricas tenham a sua própria personalidade”, acrescentou. “E rio-me quando ouço pessoas que dizem que a Fórmula 1 não está a respeitar as corridas históricas. É exatamente o contrário.”
“O que eu sempre disse é que a palavra histórico tem grande responsabilidade. Histórico não pode ser visto como um lugar velho e fora de moda.”
“Penso que o que queremos é utilizar este momento incrível em que a Fórmula 1 está a crescer para garantir que todos estão a fazer a coisa certa. Trata-se de perceber que o mundo está a evoluir.”
“As corridas históricas farão sempre parte do calendário, mas é necessário que algumas delas reconheçam a mudança radical que têm de fazer, por exemplo, nas infraestruturas.”
Domenicali salientou o exemplo do Grande Prémio da Bélgica, corrida que esteve em risco de ser substituída pelo Grande Prémio da África do Sul no calendário de 2023.
“Se bem se lembram, há dois anos discutiu-se a possibilidade de a Bélgica estar fora do calendário”, referiu. “Mas eles reagiram muito bem.”
“Investiram em infraestruturas que estão relacionadas com as melhores experiências que queremos proporcionar aos fãs. É a coisa certa que queremos ver nestes locais.”
O italiano confirmou ainda que a cidade de Madrid manifestou interesse em receber um Grande Prémio de Fórmula 1 nas suas ruas no futuro.
“É verdade que Madrid quer receber uma corrida no futuro, mas nenhuma decisão foi tomada até agora”, afirmou. “É outro grande sinal do estado de saúde da Fórmula 1.”
“Temos de nos lembrar que ainda temos vários anos de contrato com Barcelona. Estamos muito, muito satisfeitos com a forma como Barcelona está a lidar com o futuro. O interesse de Madrid ajudou-os a reagir e a efetuar as melhorias necessárias a todos os níveis.”