Jack Doohan considera que a sua falta de experiência na Fórmula 1 não é necessariamente um aspeto negativo, dando como exemplo a prestação do rookie Pedro Acosta no MotoGP.
O australiano desempenha o papel de piloto de reserva da Alpine e é um dos candidatos a substituir Esteban Ocon na equipa no próximo ano.
Para além de ser presença assídua no simulador da Alpine em Enstone, Doohan tem acompanhado a equipa em todos os Grandes Prémios e está a realizar um programa de testes com um carro de 2022.
“Estar de fora não parece ideal. No entanto, devido às circunstâncias, está a encaixar bastante bem e será para um bem maior”, disse Doohan.
“Estou no simulador em todas as corridas europeias e entre as corridas. Também tenho 10-11 dias de testes no A522, o que é mais do que poderia imaginar.”
“É uma ótima oportunidade. E há as sessões de treinos livres. Não tive muita rodagem nesta, portanto estou ansioso por mais. Mas estou tão preparado quanto possível para a Fórmula 1.”
“Podia estar aqui sentado, vestir uma camisola da equipa, cruzar os dedos e esperar que alguém me diga: ‘Aqui está um contrato de Fórmula 1’. Mas não é assim que acontece. Tenho a certeza de que estou a fazer tudo o que posso, de manhã à noite, para me maximizar e dar a mim próprio a melhor oportunidade possível.”
“Nada acontece por acaso e ninguém está aqui para dar nada sem motivo, por isso estou a tentar aproveitar ao máximo quando estou no carro, seja em testes, no simulador ou mesmo a tirar o máximo partido das minhas funções de marketing e comunicação e a maximizá-las bem.”
“Ser rápido em pista é muito importante, mas os nossos fundos vêm dos patrocinadores e do marketing e isso tem uma importância enorme. Também estamos a representar o Grupo Renault e a Alpine, portanto existe um quadro geral.”
Doohan acredita que pode transformar a sua falta de experiência como piloto de Fórmula 1 numa vantagem, uma vez que não possui hábitos relacionados com carros de outras gerações.
“Há outros candidatos experientes, mas eu também sou experiente”, acrescentou. “Sou rápido e jovem. E sinto que precisamos de juventude. Temos uma forma diferente de pensar, não fomos expostos a gerações anteriores de carros de Fórmula 1 e estamos preparados para conduzir e aproveitar ao máximo, sem nos queixarmos de nada e apreciando a oportunidade.”
“É uma circunstância semelhante à do Pedro Acosta no MotoGP. Os pilotos oficiais da KTM tinham uma perceção das motos antigas com menos aerodinâmica. O Pedro Acosta chegou como um rookie e saiu-se tão bem porque não conhece outra realidade. Ele sabe que tem aquela moto e está a tirar o máximo partido dela. Ele não está a pensar sobre o passado – ‘costumava acontecer isto, costumava acontecer aquilo’. Ele só pensa: ‘Esta é a minha moto, vou pilotá-la e tirar o máximo partido dela’.”
“É aí que sinto que a minha juventude pode fazer a diferença. Posso chegar com a cabeça limpa, com uma nova direção e dizer: ‘Temos algo para construir, vamos em frente’.”