A Fórmula 1 afirmou que o projeto da Andretti não adicionaria valor ao campeonato e sugeriu que a equipa norte-americana subestimou a dimensão do desafio em causa.
Esta quarta-feira, a Fórmula 1 revelou ter rejeitado a candidatura da Andretti a um lugar na grelha, citando a inexistência de um parceiro de motores nos primeiros anos do projeto como um dos principais motivos para a sua decisão.
Embora tenha anunciado uma colaboração com a General Motors para utilizar motores da Cadillac, a Andretti pretendia recorrer a unidades motrizes de um fabricante rival no arranque do projeto.
“Qualquer 11ª equipa deverá demonstrar que a sua participação e envolvimento trará benefícios para o campeonato”, lê-se no comunicado da Fórmula 1.
“A forma mais significativa de um novo participante trazer valor é ser competitivo, especialmente competindo por pódios e vitórias. Isto aumentaria substancialmente o envolvimento dos fãs e aumentaria também o valor do campeonato aos olhos das partes interessadas e fontes de receitas, como as estações de televisão e os promotores das corridas.”
“A candidatura inclui uma associação com a General Motors que não abrange inicialmente um fornecimento de unidades motrizes. O fornecimento de motores por parte da General Motors desde o início teria aumentado a credibilidade da candidatura, embora um novo construtor em parceria com um novo fornecedor de motores fosse também um desafio significativo a superar. A maior parte das tentativas de estabelecer um construtor nas últimas décadas não foram bem sucedidas.”
Novo ciclo regulamentar
“2025 será o último ano do atual ciclo regulamentar e 2026 será o primeiro ano do ciclo subsequente, para o qual será necessário um carro totalmente diferente. A candidatura propõe-se a construir um carro ao abrigo dos regulamentos de 2025 e, logo no ano seguinte, projetar e construir um carro completamente diferente ao abrigo dos regulamentos de 2026.”
“Para além disso, a candidatura propõe-se tentar fazer isto na dependência de um fornecimento obrigatório de um fabricante rival de unidades motrizes, que estará inevitavelmente reticente em alargar a sua colaboração para além do mínimo exigido.”
“Não consideramos que exista uma base para que qualquer novo candidato seja admitido em 2025, uma vez que tal implicaria que um novo concorrente construísse dois carros completamente diferentes nos seus dois primeiros anos de existência. O facto de o candidato se propor a fazê-lo dá-nos razões para questionar a sua compreensão da dimensão do desafio em causa.”
Competitividade
“Embora uma entrada em 2026 não se deparasse com esta questão específica, não deixa de ser verdade que a Fórmula 1, enquanto auge do desporto automóvel mundial, representa um desafio técnico único para os construtores, de uma natureza que o candidato não enfrentou em qualquer outra fórmula ou disciplina em que tenha competido anteriormente, e propõe-se fazê-lo com uma dependência de um fornecimento obrigatório de unidades motrizes nos anos iniciais da sua participação. Nesta base, consideramos que o candidato não seria um participante competitivo.”
Prestígio do campeonato
“A necessidade de qualquer nova equipa aceitar um fornecimento obrigatório de unidades motrizes, potencialmente durante um período de várias épocas, seria prejudicial para o prestígio e a reputação do campeonato.”
“Embora o nome Andretti tenha algum reconhecimento para os fãs da Fórmula 1, a nossa investigação indica que a Fórmula 1 traria valor à marca Andretti e não o contrário.”