Ayao Komatsu admite que a Haas não ficará surpreendida se for a equipa mais lenta do pelotão no arranque da temporada, mas espera que as evoluções introduzidas ao longo do ano resultem numa melhoria do desempenho.
O construtor norte-americano dará início a uma nova era em 2024, com Komatsu a substituir Guenther Steiner na liderança da equipa após a dececionante prestação na temporada de 2023.
No entanto, o facto de a estreia do VF-24 em pista acontecer apenas um mês após a nomeação de Komatsu leva a que a equipa permaneça realista quanto aos objetivos a curto prazo.
“No Bahrain, continuo a achar que vamos estar na parte de trás da grelha, se não mesmo em último”, disse Komatsu. “A razão pela qual a versão de lançamento do nosso carro não vai ser suficientemente rápida não se deve à qualidade das pessoas que temos aqui, mas sim ao facto de termos começado tarde e parado dois meses para fazer a evolução de Austin.”
“A equipa está a conseguir bons ganhos no túnel de vento, o que é positivo. O objetivo é ter um bom programa de testes no Bahrain para que a equipa possa analisar os dados e perceber em que direção deve desenvolver o carro.”
“Isto significa compreender com precisão os pontos fortes e fracos do VF-24 e, em seguida, elaborar um plano coerente para produzir evoluções, o que não aconteceu no passado.”
“Os pilotos também vão desempenhar um papel mais importante. No ano passado, em termos de feedback subjetivo dos pilotos, a sua compreensão dos pontos fracos do carro era clara, mas não fomos capazes de refletir isso no nosso programa de desenvolvimento do carro. Com as alterações que fizemos na equipa, pretendemos resolver este problema e ter os nossos pilotos mais envolvidos no processo de desenvolvimento, para que nada se perca.”
“Como engenheiros, temos todos os dados de muitos sensores, mas a única coisa que não podemos fazer é conduzir o carro e sentir o que se está a passar. Por isso, temos de ser capazes de compreender e reagir melhor ao feedback dos pilotos.”
Quando lhe perguntaram se o impacto das alterações que está a implementar na equipa será notório em 2024 ou apenas no carro de 2025, Komatsu respondeu: “Uma das coisas que mudámos foi a forma como moldamos a estrutura organizacional para que, como equipa, trabalhemos em conjunto para compreender o carro e como o melhorar.”
“Gostaria de pensar que a primeira coisa que veremos do impacto desta mudança será a evolução do carro.”
Komatsu explicou que ao significativo pacote de evoluções introduzido no Grande Prémio dos Estados Unidos de 2023 desviou recursos do desenvolvimento do VF-24, mas referiu que a equipa recolheu importantes informações nas últimas corridas da temporada passada.
“Produzir o pacote de Austin significa que a versão de lançamento do VF-24 pode não ser tão avançada como poderia ser, mas ao mesmo tempo temos mais confiança no que estamos a colocar em pista agora”, acrescentou.
“Todos somos realistas quanto ao facto de o nosso carro de lançamento no Bahrain não ser necessariamente um sucesso, mas a nossa concentração e foco é trabalhar com o VF-24, compreender o carro e depois definir o caminho correto para melhorar o carro.”
“Durante o tempo que demorou a produzir o carro de Austin, tivemos de interromper os recursos do VF-24 durante dois meses. A equipa está a recuperar bem, mas temos de ser realistas porque os nossos concorrentes são inteligentes e também estão a encontrar desempenho.”
“Sabemos o quanto ganhámos desde o final da temporada de 2023, mas acredito que todos os outros estejam a ganhar pelo menos a mesma quantidade. Pelo menos, devemos ter uma base melhor no VF-24. Com uma melhor coesão no seio da equipa para encontrar o desempenho, podemos tentar trazer melhorias relativamente cedo na temporada.”