Christian Horner diz que a “drástica” redução de 10% no tempo referente ao desenvolvimento aerodinâmico poderá custar à Red Bull até meio segundo por volta, mas acredita que a equipa conseguirá manter-se no topo da Fórmula 1 em 2023.
A equipa de MIlton Keynes recebeu uma multa no valor de sete milhões de dólares e uma redução de 10% nos testes aerodinâmicos de desenvolvimento do carro por ter violado o teto orçamental em 2021.
“Obviamente, houve um debate sobre a sanção e o tamanho da sanção”, começou por dizer Horner. “O debate foi adiado devido à triste notícia sobre Dietrich Mateschitz no fim de semana passado, mas foi concluído no início deste semana.”
“Foi-nos aplicada uma penalização significativa de sete milhões de dólares, que é uma enorme quantidade de dinheiro que temos de pagar num período de 30 dias.”
“Obviamente, a parte mais drástica é a penalização desportiva, que é uma redução de 10% na nossa capacidade de utilizar o túnel de vento e ferramentas aerodinâmicas. Já ouvi pessoas a dizer hoje que isso é insignificante. Deixem-me dizer-vos agora, é uma quantidade enorme.”
“Isso representa algo entre um quarto e meio segundo de tempo por volta. Isso tem um efeito direto no carro do próximo ano e estará em vigor por um período de 12 meses.”
O facto de a Red Bull ter conquistado o título de construtores significa que a equipa já teria menos 5% de tempo no túnel de vento do que o segundo classificado no campeonato – 70% face aos 75% da equipa que terminar atrás de si.
Com esta penalização, a equipa passará a ter um coeficiente de 63% do tempo para testes aerodinâmicos.
“Ao ganhar os construtores, obviamente, tornamo-nos vítimas do nosso próximo sucesso”, acrescentou. “Para além desses 10%, temos 5% de desvantagem incremental em relação ao segundo e terceiro classificados.”
“Por isso, teremos menos 15% de tempo de túnel de vento do que a equipa que ficar em segundo e menos 20% do que o terceiro lugar. Mais uma vez, uma quantidade drástica. Portanto, esses 10% terão impacto no nosso desempenho em pista no próximo ano.”
Horner voltou a garantir que o gasto excessivo de 2,2 milhões de dólares não teve qualquer influência no desempenho do monolugar da equipa.
“Mantenho a posição de que o benefício foi zero”, afirmou. “Se excedemos o limite por termos pago o subsídio de doença, se passámos o limite por termos pago a pessoas que acreditávamos que não estavam dentro do limite, como os custos relacionados com o catering, nem um cêntimo foi gasto no desempenho do carro.”
“E surpreende-me que não tenha havido outras equipas a enfrentar esta situação, mas é bom para elas que tenham estado em total conformidade.”
“Há lições a aprender. Se vimos algum desempenho em pista? Não, não vimos. Haverá coisas que podemos fazer melhor do ponto de vista contabilístico? Claro que sim. Mas não apenas do nosso lado, penso que de todos os lados.”
Horner acredita que as restantes equipas reuniram esforços para que o órgão governativo do desporto impusesse a penalização que mais prejudicasse o desempenho em pista.
“Isto dá uma vantagem aos nossos concorrentes, e é por isso que eles estavam a pressionar tanto para uma penalização drástica”, referiu. “Vamos ter de trabalhar incrivelmente duro no tempo que temos disponível, e vamos ter de ser eficientes com o nosso tempo e com o programa que escolhemos fazer no túnel de vento.”
“Tenho plena confiança na nossa equipa, na capacidade da nossa equipa. Penso que já demonstraram isso vezes sem conta. Havia outras penalizações desportivas à disposição da FIA, mas esta foi obviamente fortemente pressionada pelos nossos adversários, porque eles sentiram que nos atingiria de forma mais dura.”
“Perdemos 10% nos testes aerodinâmicos, mas ganhamos 25% em motivação. Tenho a certeza de que se incendiassem o nosso túnel de vento, não seria suficiente.”