Esteban Ocon considera que o facto de a Alpine ter ignorado o feedback dos seus pilotos contribuiu para as dificuldades que a equipa está a enfrentar ao nível do desempenho.
O piloto francês abandonará a formação de Enstone no final da presente temporada e rumará à Haas em 2025.
Ocon juntou-se à equipa numa altura em que esta ainda se designava por Renault e batalhava pelas posições de topo no segundo pelotão.
Depois de ter caído para a sexta posição no campeonato de construtores em 2023, a equipa está a passar por um difícil período em termos de desempenho, tendo terminando a primeira fase da temporada no oitavo posto e com apenas 11 pontos acumulados.
Os últimos meses foram igualmente desafiantes do ponto de vista organizacional, com a saída de muitos dirigentes, engenheiros e líderes técnicos.
Questionado pelo Motorsport.com sobre se abandona a Alpine com algum tipo de arrependimento, Ocon respondeu: “Não, porque dei tudo o que tinha a esta equipa.”
“Não sou só eu: é o Daniel, o Fernando, o Pierre, eu próprio. Todos os pilotos que passaram por esta equipa deram o seu feedback à equipa. Por norma, há um círculo em que, dos pilotos para a equipa, se dá alguma informação. Depois, temos o feedback técnico sobre ‘sim, vocês têm razão, temos de resolver isso’ ou ‘não, não podemos, por causa disto ou daquilo’. Não tem havido nada disso.”
“No ano seguinte, descobres que alguns dos problemas de que se falou não foram resolvidos e estão a ser resolvidos ao contrário.”
“Tento orientar esta equipa o melhor que posso, mas nem sempre fomos ouvidos. E é por isso que alguns dos problemas ainda persistem após cinco anos nesta equipa.”
“Agora há pessoas novas, dentro da equipa, tecnicamente. Desejo-lhes o melhor e espero que esta equipa possa, obviamente, ter sucesso. Mas esse círculo era fundamental desde o início e não foi posto em prática corretamente para darmos um passo – um passo suficiente para o futuro.”
Quando lhe perguntaram se espera encontrar um ambiente diferente na Haas e se assumirá a posição de líder da equipa devido à inexperiência de Oliver Bearman, Ocon acrescentou: “Não sei se ‘líder de equipa’ é o termo certo, mas vou colocar empenho, esforço e dedicação para não falhar nenhum detalhe e partilhar tudo o que acredito ser importante para melhorar.”
“Aprendi agora que o círculo é fundamental. E ele tem de existir. E certifico-me de que, quando digo alguma coisa, recebo feedback e uma explicação para podermos abrir um debate.”