George Russell revela que a maioria dos pilotos não pretende que sejam feitas alterações ao traçado de Spa-Francorchamps e afirma que é a questão da falta de visibilidade à chuva que causa maior preocupação.
O pelotão da Fórmula 1 regressa a solo belga algumas semanas após o trágico acidente que vitimou Dilano van’t Hoff na corrida da competição Formula Regional European Championship By Alpine.
As condições de chuva que se preveem para o fim de semana fizeram com que o tema da segurança estivesse na ordem do dia esta quinta-feira.
Quando lhe perguntaram se os pilotos tinham exigido mudanças na zona de Eau Rouge, Russell, presidente da associação de pilotos de Fórmula 1, respondeu: “Não, já falámos sobre isso e penso que todos concluímos que não é necessário. Eles fizeram muitos progressos com a escapatória, isso é provavelmente a coisa mais importante.”
“Neste momento, a comunicação com a FIA é constante, na sequência do trágico falecimento do Dilano. As duas questões são: Spa é suficientemente seguro? E depois é uma questão de condições. O desporto motorizado será sempre perigoso quando se anda a esta velocidade.”
“Se fizermos uma classificação de risco de todos os circuitos, Spa está certamente lá em cima juntamente com Jeddah, Mónaco e Suzuka. Depois, a combinação das condições climatéricas é um grande desafio.”
“Simplesmente não há visibilidade. É como estares a conduzir numa autoestrada com chuva torrencial e desligares o limpa pára-brisas. Portanto, não há soluções a curto prazo. Pessoalmente, acho que Spa é suficientemente seguro, só precisamos de encontrar uma solução para a visibilidade.”
“Felizmente, o tempo parece melhor no domingo, portanto acho que a corrida vai realizar-se. Mas depois dos recentes acontecimentos, penso que a FIA tem de ser corajosa nas suas decisões no que diz respeito à segurança e à visibilidade.”
“Todos nós queremos correr, mas quando estás a percorrer aquela reta a mais de 200 km/h e não consegues ver 50 metros à tua frente, haverá grandes incidentes. Por isso, eles têm uma grande responsabilidade este fim de semana.”
Fernando Alonso também considera que a visibilidade é o fator mais importante nas corridas disputadas com piso molhado em Spa-Francorchamps.
“Vamos estar atentos à visibilidade, penso que esse é o maior fator para nós”, afirmou o espanhol. “O nível de aderência é normalmente bom.”
“A aquaplanagem também deve estar sob controlo, porque não esperamos grandes níveis de chuva e água parada. A visibilidade o maior ponto de interrogação.”
“Em Budapeste, no primeiro treino livre, quando choveu, a visibilidade estava no limite, por isso não é uma coisa específica de Spa. É a natureza dos carros neste momento, com o efeito de solo e os pneus grandes. O spray é maior do que no passado.”
“Na Hungria, fiquei surpreendido com a fraca visibilidade no primeiro treino livre. As velocidades eram baixas, mas não conseguíamos ver nada. Aqui, a velocidade elevada não ajuda, mas não é um problema de Spa. É apenas a forma como o desporto está neste momento. Temos de continuar a trabalhar.”
“Talvez seja frustrante para as pessoas que estão nas bancadas e em casa quando a corrida não pode começar apesar de a pista não estar muito molhada. É compreensível, nós temos a mesma frustração no carro porque sentimos que a aderência é boa.”
“Se estivermos sozinhos em pista, vamos gostar de conduzir nessas condições. Mas assim que estás atrás de outro carro, não consegues ver nada e estás a conduzir às cegas, o que pode levar a situações muito perigosas. É algo que queremos evitar.”