Guenther Steiner admite ter reagido com alguma surpresa à notícia de que não iria permanecer como diretor de equipa da Haas em 2024 e lamenta não ter podido despedir-se dos membros da formação que liderou durante dez anos.
Steiner, que ocupava o cargo de diretor de equipa da Haas desde o início do projeto, foi substituído por Ayao Komatsu com efeito imediato.
Este sábado, Steiner falou pela primeira vez sobre a sua saída da Haas no palco do Autosport Internacional Show, em Birmingham.
“Posso começar com um aparte para o meu lado?”, afirmou Steiner no início da entrevista com David Croft, comentador da Sky Sports.
“Não tive a oportunidade de agradecer a algumas pessoas quando deixei a Haas. Gostaria de agradecer a todos os membros da equipa a quem não pude dar um adeus adequado quando saí.”
“Portanto, faço-o desta forma. E quero também deixar uma mensagem para todos os fãs que me apoiaram enquanto eu estive lá. É fantástico, obrigado a todos pelo apoio que tive e estou a ter.”
Questionado sobre como reagiu à decisão de Gene Haas, Steiner respondeu: “Não sei se foi uma surpresa, é sempre um pouco surpreendente.”
“O Gene sentiu que é desta forma que quer levar a equipa para a frente. A decisão é dele. Ele é dono da equipa e quando se é dono de alguma coisa , tem-se o direito de fazer o que se quer.”
A decisão de Gene Haas terá sido motivada por pontos de vista divergentes em relação ao futuro da equipa – enquanto Steiner solicitava mais investimento na estrutura, Haas preferiu manter os níveis de gasto e promover a eficiência para melhorar o desempenho.
“A Fórmula 1 mudou muito nos últimos dez anos, especialmente depois do período Covid – o quanto cresceu, o quão grande se tornou e o quão diferente se tornou com o limite orçamental”, acrescentou Steiner.
“Se olhares para as outras equipas, todas se estão a reforçar. Começaram a preparar-se há dois anos, algumas no ano passado, portanto todos estão a ficar mais fortes e a investir no futuro.”
“É isso que é preciso fazer para manter a competitividade. Não sei os planos do Gene Haas para o futuro, ele não os partilhou comigo e não tem de o fazer.”
“Mas, por outro lado, eu vejo para onde as outras equipas estão a ir. O modelo com que começámos era muito bom, mas talvez já não seja relevante. Mas quem sou eu para dizer isso?”
Sobre a possibilidade de regressar à Fórmula 1 no futuro, Steiner referiu: “Não estou com pressa. Se houver algo interessante e que me desafie, sim, mas procurar um trabalho apenas para ficar na Fórmula 1… Talvez não seja isso que quero.”