Otmar Szafnauer admite que esperava mais lealdade por parte de Oscar Piastri após a Alpine ter investido “milhões e milhões de euros” na sua carreira.
Depois de ter visto Fernando Alonso ser confirmado pela Aston Martin como o substituto de Sebastian Vettel para a temporada de 2023, a Alpine anunciou que seria Piastri a ocupar o lugar deixado vago pelo espanhol.
No entanto, algumas horas após o lançamento do comunicado da formação de Enstone, Piastri recorreu às redes sociais para garantir que não estará ao volante de um carro da Alpine no próximo ano.
“Assim que soubemos que o Fernando ia para a Aston Martin, lançámos o comunicado”, disse Szafnauer, diretor de equipa da Alpine, aos espanhóis do El Confidencial. “Isto ainda não é definitivo, ainda tem de ser decidido.”
“Temos um contrato com o Piastri que ele assinou em Novembro. Falámos com os nossos advogados e eles disseram-nos que este é um contrato vinculativo e que nos permite colocar o Oscar num dos nossos carros em 2023, razão pela qual emitimos o comunicado de imprensa.”
“Existe também uma opção para 2024 e a possibilidade de emprestar o piloto a outra equipa. Queríamos o Fernando connosco por mais um ano e um empréstimo do Oscar para 2023.”
“Sempre disse nas minhas conferências de imprensa que o Piastri estaria na Fórmula 1 em 2023, uma vez que sabia que ele poderia estar no nosso carro ou ser emprestado a outra equipa caso o Fernando tivesse ficado. Mas o Alonso, por qualquer razão – e penso saber as razões, mas devem perguntar-lhe a ele – vai para a Aston Martin. Por isso, começámos a finalizar o acordo com o Piastri e, em vez de o emprestarmos, decidimos colocá-lo no nosso carro.”
Questionado sobre a razão pela qual Piastri procuraria outra equipa ao invés de permanecer na Alpine, formação que financiou a sua carreira ao longo dos últimos anos, Szafnauer respondeu: “Penso que essa é uma pergunta que devem fazer ao Piastri, porque eu próprio não compreendo.”
“Sou relativamente novo na equipa, mas gosto de estar aqui. A gestão do Luca de Meo é excelente e o apoio que ele nos dá é fantástico, ele salvou a equipa. O Laurent Rossi, o meu chefe e diretor executivo da Alpine, é um grande homem de negócios para a marca e para a equipa de Fórmula 1.”
“O Luca de Meo dá a direção do cenário global, o que significa: ‘Se precisares de recursos para ganhar daqui a 100 corridas, vamos fazer um plano para que daqui a 100 corridas tenhamos os recursos e as ferramentas para voltarmos a vencer’.”
“O plano estratégico é muito bom e o Piastri tem conhecimento disso. Ainda melhor do que o da McLaren. Estamos à frente deles no campeonato e esperamos estar à frente deles no final da temporada. O futuro da equipa? Temos um grande orçamento e pessoas com muita experiência.”
“Acabo de chegar, conheço as áreas a reforçar e estamos a recrutar pessoas para as áreas que precisamos de melhorar. No nosso futuro, nesse plano de 100 corridas em que todos estamos a trabalhar, penso que também há espaço para o Piastri. E nós demos-lhe apoio.”
Piastri desempenha desde o início do ano as funções de piloto de reserva da Alpine e cumpriu um intensivo programa de testes com um carro de Fórmula 1 da marca francesa durante os últimos meses.
“Devia haver alguma lealdade ao facto de termos investido literalmente milhões e milhões de euros para o preparar”, acrescentou Szafnauer. “Por isso, também não o compreendo, devem perguntar-lhe a ele.”
“Esperava mais lealdade por parte do Piastri. Ele deveria ter mais lealdade para com a equipa que cuidou dele, que o levou ao título mundial e, sobretudo, que no último ano o colocou num carro de Fórmula 1 para o preparar e para o levar a conhecer os circuitos.”
“Comecei na Fórmula 1 em 1989 e nunca vi nada como isto. E não se trata de Fórmula 1, trata-se de integridade como ser humano. Ele assinou um papel a dizer que faria algo diferente.”
Sobre a possibilidade de procurar uma compensação financeira caso Piastri não acabe por correr com a Alpine, Szafnauer referiu: “Em primeiro lugar, vamos ver onde estamos legalmente com o Oscar.”
“É preciso ter em conta que o colocámos num monolugar e ele fez 3500 quilómetros. Fizemos sete testes independentes com ele e isto não é nada barato. Só o custo de um motor é de 1,75 milhões de euros. A mecânica, a equipa que geriu esses testes, as viagens… Gastámos muito, muito dinheiro no Piastri para o preparar para o futuro. E se esse futuro não for connosco, é lógico e justo que procuremos uma compensação.”
Bem temos aqui um figo da F1 está visto
assina pelo parma e pelo inter e acaba no juventos