Toto Wolff, diretor de equipa da Mercedes, acredita que a tomada de posição dos comissários desportivos em relação ao incidente de Interlagos pode levar a que os pilotos adotem uma condução “mais suja” no futuro.
Depois de não terem investigado a manobra de defesa de Max Verstappen no Grande Prémio de São Paulo, os comissários desportivos rejeitaram o pedido da Mercedes para que o incidente fosse revisto.
No entanto, a decisão não colocou um ponto final na controvérsia, uma vez que o tópico terá estado na ordem do dia do briefing dos pilotos com Michael Masi, diretor de corrida da Fórmula 1.
Solicitado a clarificar as regras em relação às batalhas em pista, o australiano terá afirmado que comissários diferentes poderão tomar decisões diferentes, situação que coloca em causa a consistência na atribuição de penalizações.
“Acho que é muito perigoso, porque penso que o que aconteceu aqui e no Brasil é varrer para debaixo do tapete”, disse Wolff.
“Penso que é um resultado muito surpreendente porque, independentemente da forma como o Brasil foi julgado, e isso são águas passadas, na minha opinião, o que [a decisão] diz é que podes simplesmente lançar-te para uma curva e arrastar o outro para fora. E isso obviamente pode levar a uma condução bastante mais suja no futuro.”
“Não queremos ter uma situação complicada aqui, na Arábia Saudita e em Abu Dhabi, por isso seria muito mau.”
De acordo com Wolff, os próprios pilotos também se mostraram surpreendidos com a falta de clareza por parte da FIA no que a incidentes como o de Interlagos diz respeito.
“Penso que todos os pilotos que se manifestaram disseram que foi uma decisão que também os surpreendeu”, acrescentou.
“Obviamente, precisas de ajustar o teu estilo de condução à nova situação, mas continua a ser surpreendente para todos os que estão no carro e para nós também.”