Não escondendo a intenção de receber um Grande Prémio de Fórmula 1, o Autódromo Internacional do Algarve espera voltar a sediar eventos internacionais em junho depois de ter levado a cabo de forma bem sucedida os procedimentos necessários para realizar corridas à porta fechada.
Finalizada em 2008, a pista foi palco dos testes de inverno da Fórmula 1 nos dois primeiros anos, mas os monolugares não regressaram a solo português ao longo da última década – à exceção das sessões privadas de algumas equipas, como a McLaren e a Mercedes.
Recentemente, o traçado que recebe competições como o European Le Mans Series e o Mundial de Superbikes assumiu o estatuto de Grau 1 da FIA, estando assim habilitado a receber todos os campeonatos integrados no órgão governativo do desporto motorizado internacional.
“Tivemos algumas conversas com a FOM [Formula One Management] desde o tempo do Ecclestone”, disse Paulo Pinheiro, diretor geral do circuito. “Queremos receber uma corrida de Fórmula 1 e acho que, durante esta época de pandemia, temos provavelmente a melhor situação da Europa para isso, até porque também temos muitos hotéis disponíveis.”
“Temos uma pista incrível disponível com várias combinações. As nossas instalações são tão grandes que não haveria qualquer problema para o lado da organização.”
Pinheiro, que faz parte do conselho executivo da Proteção Civil do Algarve, responsável por todas as questões de saude e segurança da região, afirma que a pista praticou os procedimentos para organizar uma corrida à porta fechada antes das medidas restritivas serem impostas.
“Pouco antes do estado de emergência ser declarado, tivemos um evento internacional na pista com um fabricante estrangeiro e criamos um plano muito completo e detalhado de como operaríamos para separar completamente os clientes da organização.”
“Isto incluiu as pessoas na pista, os comissários, as equipas médicas e as pessoas que estão na direção de corrida e no centro médico. Investimos muito tempo e tivemos uma segregação muito clara entre os diferentes lados da nossa empresa e o nosso cliente.”
“Esta é uma das razões pelas quais, nas últimas duas semanas, tivemos a reserva de seis novas corridas internacionais.”
“Como agora a preocupação não é a questão da saúde, mas sim a económica, estamos prontos para receber corridas a partir da primeira semana de junho, se necessário.”
Pinheiro confirmou ainda ao The Race que também já esteve em conversações com a Fórmula E no sentido de receber um evento do campeonato de monolugares elétricos.
“Tivemos algumas discussões e estou muito interessado em ter a Fórmula E, já que se trata de uma corrida tão diferente”, afirmou.