A Federação Internacional do Automóvel divulgou esta sexta-feira o relatório da investigação levada a cabo para avaliar o acidente de Romain Grosjean no Grande Prémio do Bahrain do ano passado.
O relatório concluiu que o carro de Grosjean seguia a 241km/h quando “perdeu o controlo à saída da Curva 3” na sequência de um contacto com o AlphaTauri de Daniil Kvyat que se deu quando o francês tentava passar do lado esquerdo para o lado direito da pista.
Esse contacto levantou a traseira do carro de Grosjean, forçando-o a guinar para a direita e colocando-o numa trajetória “fora de controlo” na zona de escapatória à saída da Curva 3.
Confirmando que o carro de Kvyat conseguiu regressar à pista “sem estabelecer mais contacto”, a investigação determinou que o carro de Grosjean embateu na barreira de triplo rail a uma velocidade de 192/kmh e a um ângulo de 29 graus, com uma estimada mudança de direção de 22 graus, resultando numa força de 67G no momento do impacto.
Após a falha do rail médio da barreira e uma deformação significativa dos rails superior e inferior, a célula de sobrevivência perfurou a barreira e imobilizou-se atrás da mesma, mas a investigação indica que o capacete, o Hans, os cintos de segurança, a própria célula de sobrevivência, o apoio da cabeça e o Halo funcionaram de forma adequada, protegendo o espaço de sobrevivência do piloto e gerindo as forças aplicadas ao piloto durante o impacto.
O fogo, decorrente de duas fugas de combustível, começou a deflagrar durante os momentos finais do impacto com a barreira, começando pela parte de trás da célula de sobrevivência e progredindo até ao piloto à medida que as chamas cresciam.
A posição da célula de sobrevivência em relação ao rail superior da barreira restringiu significativamente o caminho de saída do piloto, com o pé de Grosjean a ficar preso devido aos danos na célula de sobrevivência e aos componentes que se encontravam dentro do cockpit.
Grosjean foi capaz de libertar o pé ao retirá-lo da sua bota de competição, deixando a bota na mesma posição dentro do carro e movendo depois apoio da cabeça deslocado e o volante para sair do carro.
A bandeira vermelha foi mostrada cerca de 5,5 segundos após o impacto e o Medical Car demorou cerca de 11 segundos a chegar ao local do acidente, beneficiando de um “atalho” previamente pensado pelo circuito.
O relatório completo sobre o acidente que marcou o Grande Prémio do Bahrain pode ser consultado através do website oficial da Federação Internacional do Automóvel.