A Cadillac Andretti mostrou-se interessada em entrar na Fórmula 1 e recebeu imediatamente o apoio da Federação Internacional do Automóvel e dos fãs. As equipas? Não gostaram da ideia…
O crescimento da Fórmula 1 a nível mundial, com grande destaque para os Estados Unidos, juntamente com a introdução do teto orçamental, transformaram a “loucura” de ter uma equipa num bom investimento.
Se a sustentabilidade económica é algo importantíssimo, traz alguns problemas a curto prazo. Os proprietários das equipas não querem abrir mão das mesmas e a entrada de novas equipas desvaloriza as que já existem. Será assim possível ter novos participantes?
O Pacto da Concórdia, acordo que rege as relações entre as equipas de Fórmula 1, a FOM e a FIA, permite uma máximo de 13 equipas. No entanto, um novo participante precisa de ter autorização da FIA e da FOM.
Mohammed bin Sulayem, presidente da FIA, tem sido o grande impulsionador para a entrada de novas equipas, pelo que a autorização do órgão máximo do automobilismo mundial não deverá representar um problema para uma candidatura sólida como a da Andretti.
Por outro lado, a Formula One Management (FOM), detida pela Liberty Media, não parece muito interessada. Mais uma equipa significa que a receita entre aos participantes será dividida por onze, e não por dez, e é aqui que reside o grande problema.
Um novo participante tem de pagar 200 milhões de dólares (20M a cada equipa) de taxa de entrada, mas nem este montante nem a promessa de trazer novos fãs, e assim uma maior receita, está a convencer as equipas.
Como a FOM tem de negociar um novo Pacto da Concórdia em 2026, não quer entrar em confronto com as atuais equipas que podem abandonar o campeonato ou exigir que a FOM aumente a percentagem de lucros distribuída às equipas (atualmente é 50%). Um aumento da taxa de entrada para novas equipas também parece inevitável, podendo atingir um valor a rondar os 500 milhões de dólares.
Segundo o The Race, apenas a Alpine se mostrou favorável à entrada da Cadillac Andretti. E é fácil de perceber o porquê: Seria a Renault a fornecer motores à Andretti, havendo já um pré-acordo entre as duas partes.
Embora a McLaren já tenha mostrado alguma abertura no passado para a entrada da Andretti, fruto da sua própria inclusão nas corridas do outro lado do Atlântico, as restantes formações apontaram, ao longo dos últimos meses, a falta de um fabricante como o maior entrave – situação que entretanto se alterou com a entrada da Cadillac na equação.
Tudo se resume aos milhões que são distribuídos no final do ano, cenário que entra em choque com a vontade do público em ver mais carros e mais espetáculo em pista.
A entrada da Andretti garante uma ligação ao público americano, que tal como veio pode desaparecer se a Fórmula 1 não conseguir dar a emoção e os ídolos que procuram. Para além disso, a expansão da grelha permitiria a inclusão de pilotos que de outra forma não conseguirão mostrar o seu valor no ‘Grande Circo’.
A luta pelos milhões da Fórmula 1 está a impedir o crescimento da modalidade, quando todos os envolvidos deviam aproveitar esta ótima fase do desporto para o elevar para outros patamares. Seria ótimo voltar a ter treze equipas na Fórmula 1, mas chegar ás onze em 2026 já seria uma vitória.